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Flávia Nascimento nasceu em Franca, Estado de São Paulo. É doutora em Literatura Francesa pela Universidade de Paris X Nanterre, título que obteve com a apresentação de uma tese sobre a representação literária de Paris nos anos vinte; é também mestra em Teoria da Literatura pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, ao qual apresentou, como dissertação de mestrado, uma tradução, acrescida de prefácio e notas, da narrativa surrealista O Camponês de Paris, de Louis Aragon. Como professora universitária, atuou em diversas universidades, francesas e brasileiras, ministrando cursos de literaturas brasileira, portuguesa, francesa e de litereratura comparada. Tem vários artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras, impressas e eletrônicas, especialmente sobre narrativas do século XX.
Como tradutora literária traduziu, além de autores franceses, outros autores francófonos, entre os quais o marfinense Ahmadou Kourouma (cuja tradução de Alá e as crianças-soldados lhe valeu o prêmio FNAC - Maison de France de melhor tradução de romance de língua francesa, em 2004) e o egípcio Albert Cossery. Também atuou como tradutora de Ciências Humanas (filosofia, história, etc.). Do português para o francês, traduziu uma série de cartas fictícias do escritor brasileiro Ignácio Loyola Brandão (Cartas/Lettres). Além disso, traduziu artigos de Ciências Humanas do inglês para o francês.
Flávia afirma que raramente é possível escolher as obras a traduzir, pois é sempre a “agenda” do editor que estabelece as prioridades. Assim, já aceitou traduzir obras e autores com os quais não tem nenhuma afinidade estética, embora também tenha tido a ocasião prazenteira de traduzir textos que aprecia, pessoalmente, como leitora. Ela observa que a relação com as editoras varia; em geral, porém, o tradutor tem total liberdade para traduzir como quiser, com exceção do título da obra, em certos casos estabelecido pelo editor. Em sua opinião, para ser um bom tradutor é preciso ter razoável cultura geral e domínio perfeito da língua de chegada em seus vários registros; curiosidade intelectual, noções teóricas sobre os problemas de tradução e noções de linguística também ajudam. Para um tradutor literário, é necessário o conhecimento de história da literatura e dos autores traduzidos. Enfim, para ela o tradutor precisa ter certa dose de ousadia, caso contrário não consegue afastar-se da língua de partida para chegar “ao outro lado” da tradução.
Além de ensaios sobre literatura, Flávia escreve poemas e textos em prosa. Tem uma coletânea poética inédita que planeja publicar em breve; assina esses trabalhos como Flávia Nascimento Falleiros.
Verbete publicado em 8 de June de 2005 por:
Narceli Piucco
Marie-Hélène Catherine Torres
Modificado em 10 de May de 2007
Aragon, Louis. O camponês de Paris. [Por: Flávia Nascimento]. Rio de Janeiro: Imago, 1996, 259 p.(Le Paysan de Paris). Prefácio e notas de Flávia Nascimento.
Boudjedra, Rachid. Topografia ideal para uma agressão caracterizada. [Por: Flávia Nascimento]. São Paulo: Estação Liberdade, 2008. Apresentação da tradutora. (Topographie idéale pour une agression caractérisée).
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Brandão, Ignácio Loyola. Lettres. [Por: Flávia Nascimento; Jean-Yves Mérian (versão em francês)]. São Paulo / Porto Alegre: Iluminuras / Funproarte, 2004. (Cartas).
Druon, Maurice. Os Reis Malditos. [Por: Flávia Nascimento]. (Les Rois maudits). Série Histórica composta pelos tomos:
Quando um rei perde a França. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. (Quand un roi perd la France)
A Flor-de-lis e o Leão. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. (Le Lis et le Lion.)
A Lei dos varões. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. (La loi des mâles.)
A Loba de França. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. (La Louve de France.)
A Rainha estrangulada. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. (La reine étranglée)
Os Venenos da coroa. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. (Les poisons de la couronne.)
O rei de ferro. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. (Le roi de fer.)
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