Mônica Cristina Corrêa :: DITRA - Dicionário de tradutores literários no Brasil :: 
Dicionário de tradutores literários no Brasil


Mônica Cristina Corrêa

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Mônica Cristina Corrêa nasceu no dia 10 de abril de 1966 em São Paulo, SP. Esteve várias vezes na França, em 1998 e em 2004, patrocinada por bolsas de tradução do Bureau du Livre e em 2006, quando participou de uma conferência sobre relações franco-brasileiras na Universidade Paris III (Sorbonne Nouvelle), Centre d’Etudes Lusophones.

Tradutora do francês, do italiano e do inglês, adquiriu o conhecimento desta última no Ensino Médio; o conhecimento de francês e italiano obteve mais tarde, na Faculdade de Letras da USP, pela qual é Bacharel e Licenciada em Português, Francês e Italiano desde 1990. Além de obras literárias, traduz textos jornalísticos e da área de ciências humanas.

Doutora em Língua e Literatura Francesa pela USP, realizou na mesma instituição mestrado sobre tradução literária, defendendo a dissertação intitulada “Se o outro sou Eu”, em que procurou analisar as dificuldades e transformações da tradução de imagens de uma língua-cultura para outra. A base desse trabalho foi o conto “Fogo de Brasa” de André Pieyre de Mandiargues, à época inédito no Brasil. Através desse estudo e, principalmente, diante das dificuldades de tradução, visto que o conto retrata o Brasil em imagens correspondentes a velhos clichês, ela dá início à atividade de tradutora assinando, alguns anos depois, pela editora Iluminuras, a tradução e a introdução de uma obra de que constam outros seis contos do mesmo autor, também intitulada Fogo de Brasa, que a editora indicou ao prêmio Jabuti de melhor tradução.

De formação tradutológica diferenciada, conheceu e entrevistou alguns dos autores que traduz. Tais experiências lhe proporcionaram uma visão mais aberta do processo tradutório e das teorias tradutológicas, além de um interesse em traduzir obras inéditas e às vezes menos conhecidas. Escolhe seus trabalhos, traduzindo somente obras com as quais se identifica profissional e pessoalmente, não se apoiando em nenhuma teoria específica. Considera que o melhor método de tradução é não se ater a nenhuma teoria de maneira estanque, já que não há um método ideal para traduzir e todos apresentam aspectos positivos a acrescentar à prática da tradução, que, por sua vez, transcende a questão e/ou barreira linguística. Recentemente, publicou na revista A Língua Portuguesa, a respeito de “tradução e erotismo”, duas entrevistas; uma com Mamede Mustafa Jarouche, (tradutor premiado das Mil e Uma Noites) e outra com João Oliva Neto, (tradutor de Catulo), nas quais comparou trechos de traduções dessas obras e os comentou.

Traduziu vários artigos para a revista Marie Claire, no início de sua carreira, e para a Folha de São Paulo. No período de 1998 a 2002, ela criou e editou o Notre Site Français (www.estadao.com.br/ext/frances), um site bilíngue do portal do Estadão, o que lhe permitiu adquirir experiência com a prática da tradução de textos culturais sobre diversos assuntos. Seu projeto de tradução está voltado à difusão de obras literárias ou afins que abordem o “discurso francês sobre o Brasil”, dando sequência à análise das questões da imagologia entre o Brasil e a França, sobretudo no que se refere aos textos franceses sobre o Brasil, pois neles insere-se a tradução do outro, a transferência de aspectos culturais de uma língua à outra. Pretende ainda continuar traduzindo de maneira a colaborar para que a cultura brasileira tenha acesso a obras francesas muitas vezes negligenciadas ou esquecidas. Tal abertura se justifica pelo fato de crer que ao tradutor cabe também o trabalho de investigação e descobertas, de indicar aos editores obras antigas ou contemporâneas que faltem ao mercado nacional. Isso significa ter apreço pela cultura antes de qualquer coisa. Neste sentido, segundo Mônica Corrêa, um bom tradutor deve ter uma vocação para linguagem: gostar de línguas, tanto da língua materna quanto das adquiridas; e, assim, cultivá-las com encanto num desejo de ver os termos e as expressões viajando entre as línguas e tendo a convicção de que o que traduz é, na realidade, cultura.

Mônica Cristina Corrêa recebeu o prêmio "Altamente recomendáveis" da Câmara Brasileira do Livro pela tradução de obras infantis. Além de traduzir artigos para a revista História Viva, da editora Duetto, atualmente está envolvida em um projeto, apoiado pela Embaixada da França, que visa traduzir três obras ditas "romances campestres" de George Sand, o que é um desafio pela natureza dos textos, os quais refletem não exatamente um falar regional do século XIX, mas uma linguagem específica criada pela autora, a meio caminho do clássico e do popular. Traduziu recentemente a última obra de Tahar Ben Jelloun, Partir (em edição) e está traduduzindo um livro de Tzvetan Todorov (L’esprit des Lumières), que indicou à Editora Barcarolla em São Paulo.

Verbete publicado em 3 de May de 2007 por:
Dina Omar
Marie-Hélène Catherine Torres

Bibliografia

Traduções Publicadas

Bobin, Christian. Compasso de fuga. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. São Paulo: Duna Dueto, 2000. 100 p. (La Folle Allure). Romance.

Mandiargues, A. P. de. Fogo de Brasa. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. São Paulo: Iluminuras. 2003, 128 p. (Feu de braise). Contos.

Sand, George. A pequena Fadete. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. São Paulo: Barcarolla. 2006. 165 p. (La petite Fadette). Romance.

Tournier, Michel. Elelazar – A fonte e a sarça. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. 110 p. (Eleazar). Romance.

Venezia, Mike. Henri de Toulouse-Lautrec. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. São Paulo: Moderna, 1997. 32 p. Coleção Mestre das Artes. Prêmio: Altamente recomendável – FNLIJ, 1998.

Venezia, Mike. Edward Hopper. [Por: Mônica Cristina Corrêa]. São Paulo: Moderna, 1997. 32 p. Coleção Mestre das Artes. Prêmio: Altamente recomendável –FNLIJ, 1998.

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