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Dicionário de tradutores literários no Brasil


Michel Sleiman

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Poeta, pesquisador, professor e tradutor, Michel Sleiman nasceu na cidade de Santa Rosa, RS, e mora em São Paulo desde 1991, onde atua como professor de Língua e Literatura Árabes na Universidade de São Paulo e orienta estudos de pós-graduação em Letras Estrangeiras e Tradução.

Michel Sleiman é um dos principais tradutores de língua árabe do Brasil, um importante ator na disseminação da cultura poética árabe-andaluza e árabe medieval no Brasil. Como pesquisador e professor na Universidade de São Paulo (USP), Michel Sleiman promove, também, a pesquisa nessa área pouco explorada no Brasil. Na USP, ele coordena um grupo de tradução da poesia árabe contemporânea, grupo que reúne pesquisadores interessados na tradução crítico-criativa dessa poesia para o português. Editou a revista Tiraz – revista de estudos árabes e das culturas do Oriente Médio (USP), importante para a pesquisa na área dos estudos árabes no Brasil, entre 2004 e 2016 e coeditou dois números da revista Criação & Crítica (USP).

Uma de suas últimas obras traduzida e publicada pela editora Tabla Poema dos árabes conta com três vídeos que ajudam a entender o contexto em que a obra foi escrita. Esse trabalho figura como um importante paratexto da obra, confirmando o caráter pesquisador de Michel Sleiman. Ainda nesses vídeos podemos escutar a leitura da obra original em árabe acompanhando, assim, o ritmo, tão caro a esse gênero. Os vídeos podem ser encontrados no blog da editora Tabla ou no seu canal no Youtube. Michel Sleiman além de tradutor é curador da editora Tabla. 

 

Verbete publicado em 23 de May de 2021 por:
Sheila Cristina dos Santos
Marie-Hélène Catherine Torres

Excertos de traduções

Excerto de Poema dos árabes – poema de abertura, de Chânfara, Alazdi. Tradução de Michel Sleiman.

أقِيمُوا بَني أُمّي صُدُورَ مَطِيِكُمْ
فإنّي إلى قَوْمٍ سِوَاكُمْ لأَمْيَلُ

Levantem, meus irmãos, o peito das montarias,
eu agora a outro bando o meu passo me inclina.

فَقَدْ حُمَّتِ الحَجَاتُ واللَّيْلُ مُقْمِرٌ
وَثُدَّتْ لِطِيّات مَطَايَا وَأرْحُلُ

Tudo está pronto, e urge, a noite enluarou,
firmes cascos e arreios, para longe eu vou.

وفي الأَرْضِ مَنْأًى لِلْكَرِيمِ عَنِ الأزَى
وفيها لَِنْ خَافَ القِلَى مُتَعَزَّلُ

Há na terra, ao honrado, um refúgio contra o mal
e a quem teme o ódio ela também guarda um lugar.

لَعمْرُكَ ما بالأرْضِ ضِيقٌ على امْرِىًءٍ
سَرَى رَاغِبا أو رَاهِبا وهو يَعْقِلُ

Não há limites na terra, eu lhes asseguro,
ao ciente que empreende a viagem noturna.

لي دُوْنَكُمْ أهْلُون : سِيدٌ عَمَلَّسُ
وَأرْقَطُ زُهْلُولٌ وَعَرْفَاءُ جَيْئَلُ

Tenho, além de vocês, outros que são meus:
o bruto chacal, o malhado reluzente, a hiena hirsuta.

هُمُ الأهْلُ لا مُسْتَوْدَعُ السَّرَّ زائعٌ
لَدَيْهِمْ وَلاَ الجَاني بما جَرَّتُجْزَلُ

São dos meus. Não revelam segredo confiado,
nem relegam um homem por um ato culpável.

وَكُلٌّ أبيٌّ بَاسِلٌ غَيْرَ أنَّنِي
إذا عَرَضَتْ أُولَى الطَرَائِدِ

Todos têm honra e, nisso, são bravos, e eu sou mais:
sou quem primeiro enfrenta o animal feroz.

وإنْ مُدَّتِ الأيْرِي إلى الزادِ لى أعْجَلُ
بأعْجَلِهِمْ إزْ أجْثَعُ القَوْمِ أعْجَلُ

E quando as mãos avançam à comida eu não sou
o mais rápido; é o mais ávido quem se adiantou.

وما ذَاكَ إلاّ بَسْطَةٌ عَنْ تَفَضُّلٍ
عَلَيْهِمْ وكان الأفْضَلَ الُتَفَضَّلُ

Isso só é um pouco do meu vasto favor
com eles, o melhor é ser o mais generoso.”

 

 

Badī‘ Sharīf, Lāmiyyat al-‘Arab. Beirut, 1964.

Chânfara, Alazdi. Poema dos Árabes, de Chânfara. [Por: Michel Sleiman]. Rio de Janeiro: Editora Tabla, 2020.

Excerto de Poemas [Adonis], de Ali Ahmad Said Esber (Adonis). Tradução de Michel Sleiman

أعيش مع الضوء

Vivo com a luz

أعيشُ مع الضوء عُمْري عبيرٌ
يمرّ، وثانيتي سنواتُ
وأعشق ترتيلةً في بلادي
تَناقَلها كالصباح الرعاةُ;
رَموْها على الشمس قطعةَ فجرٍ نقيٍّ
وصلّوا عليها وماتوا -
إذا ضحك الموتُ في شفتيكَ
بكت، من حنينٍ إليكَ، الحياةُ

Vivo com a luz, minha vida exala
e passa, meus instantes duram anos.
Amo em meu país certa salmodia
que os pastores entoam, como o dia. Atiraram-na ao sol, pedaço de aurora abençoaram-na, clara, morreram —
se sorrir em teus lábios a morte terá chorado tua falta a vida.

 

 

Ali Ahmad Said Esber (Adonis). Primeiros poemas. Beirute: Revista Chiir, 1957 (Adab, 1988).

Ali Ahmad Said Esber (Adonis). Poemas [Adonis]. [Por: Michel Sleiman]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. Antologia poética.

Bibliografia

Traduções Publicadas

Ali Ahmad Said Esber (Adonis). Poemas [Adonis]. [Por: Michel Sleiman]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.  Antologia poética.

Chânfara, Alazdi. Poema dos Árabes, de Chânfara. [Por: Michel Sleiman]. Rio de Janeiro: Editora Tabla, 2020. (لامية العرب – Lamiyyat alarab). Poesia

Córdova , Ibn Quzman de; Sleiman, Michel. A Poesia Árabe-Andaluza: Ibn Quzman de Córdova. [Por: Michel Sleiman]. São Paulo: Perspectiva / FAPESP, 2000. Ensaio crítico de Michel Sleiman.

Darwich, Mahmud. Onze astros. [Por: Michel Sleiman]. Rio de Janeiro: Editora Tabla, 2021. (أحد عشر نجما – ahd ashr najmaan). Poesia. 

 

Obra própria

Ensaio

A arte do zajal. Estudo de poética árabe. Cotia/São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. Ensaio.

Poesia

Ínula Niúla. Cotia: Ateliê Editorial, 2009. Poesia.

Poemas de Michel Sleiman. Curitiba: Travessa dos Editores, 2003. Poesia.

E da Rosa?. Santa Maria - RS: Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria, 1985. Poesia.

San Tá Cidade. Santa Maria: kunde, 1984. Poesia

Blog

Blog do tradutor com textos dele e traduções. Disponível em: http://michelsleiman.blogspot.com/?view=timeslide . Acesso em 15 de maio 2021.  

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