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Liliana Laganá nasceu em Roma, Itália, em 22 de Julho de 1939. Concluiu seus estudos “iniciados no Liceo Virgilio de Roma“ no Brasil, para onde veio em 1955, no Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, cidade onde também obteve sua graduação, mestrado e doutorado em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi professora do departamento de Geografia na mesma faculdade entre os anos de 1965 e 1987, quando se aposentou, continuando como professora de pós-graduação nesse mesmo departamento.
Na década de 1980 voltou a interessar-se pelos estudos linguísticos e literários, passando a freqüentar aulas no Departamento de Letras Modernas da USP, e iniciando a escrever pequenos contos e memórias em italiano. Em 1994 defendeu a dissertação de mestrado intitulada Da felicidade natural ao mundo ofendido: "Erica e seus irmãos" na narrativa de Elio Vittorini. Esta obra também foi tema de disciplina ministrada por ela na pós-graduação em Língua e Literatura Italiana da F.F.L.C.H., USP.
Iniciou seu trabalho como tradutora no ano de 1980 com obras sobre Geografia Humana, passando à tradução literária a partir de 1987 com a tradução da obra Erica e seus irmãos de Elio Vittorini. Fluente em italiano, português, espanhol e francês, Liliana também se dedica ao trabalho de escritora.
Em 1992, recebeu o prêmio instituído pela Università degli studi di Genova, para a comemoração dos 500 anos do descobrimento da América, com o conto L'altra nonna, e em 1997, venceu um concurso instituído pelo Museu da Pessoa com o conto Minha Guerra. Atualmente, Liliana dedica-se a escrever contos e crônicas e à tradução de obras da literatura italiana.
Verbete publicado em 6 de October de 2005 por:
Ana Paula M. Raso
Andréia Guerini
Modificado em 30 de March de 2006
Excerto da obra Erica e seus irmãos, de Elio Vittorini. Tradução de Liliana Laganá.
Quando Erica arrivò nella grande città era la fine di una guerra, inverno e freddo con le fontane delle piazze ghiacciate. Andò ad abitare in un nero pianterreno, dentro a un cortile con intorno neri balconi pieni di bimbi che urlavano. Anche lei era una bambina, non aveva che quattro o cinque anni, e presto dimenticò il mondo dove aveva vissuto prima. Ma continuò ad avere gli stessi sogni di prima. |
Quando Erica chegou na cidade grande era o fim de uma guerra, inverno e frio com as fontes das praças congeladas. Foi morar num térreo escuro, dentro de um cortiço com um pátio rodeado de escuras sacadas cheias de crianças que berravam. Ela também era uma criança, não tinha mais que quatro ou cinco anos, e logo esqueceu o mundo onde vivera antes. Mas continuou a ter os mesmos sonhos de antes. |
Specie sognava uva, un'uva di un dolce colore, giallo appannato dal freddo, e non uva da mangiare ma da abitare. Si trattava di boschi biondi con uccelli invisibili che cantavano, e con globi di polpa dove si entrava e si diventava felici. Lei era sola in un globo, ma sapeva che a tutti succedeva la stessa cosa, e sentiva una melodiosa certezza di compagnia. La felicità era anzi questa: la compagnia. |
Sonhava sobretudo uva, uma uva de doce cor, amarelo embaciado pelo frio, e não uva de comer, mas de morar. Tratava-se de bosques dourados, com pássaros invisíveis que cantavam, e com globos de polpa onde as pessoas entravam e ficavam felizes. Ela estava sozinha num globo, mas sabia que a todos acontecia a mesma coisa e sentia uma melodiosa certeza de companhia. Esta era, aliás, a felicidade: a companhia. |
Vittorini, Elio. Erica e i suoi Fratelli. Torino: Einaudi (Fuori Collana), 1997. |
Vittorini, Elio. Érica e seus irmãos. [Por: Liliana Laganá]. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2001. |
Andrade, Mario de. "Tempo di camiciolina". [Por: Liliana Laganá; Loredana Caprara]. In: Letterature d'America, Roma: Bulzoni, anno XIV, n.56, 1994, p.161-174. (Tempos de camisolinha). Artigo.
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Laganá, Liliana. "Como bola de neve". In: Travessia, (Revista do migrante), n.32, São Paulo, 1998, pp.5-10.
Laganá, Liliana. "Erica: história de um romance interrompido". In: Elio Vittorini. Erica e seus irmãos, São Paulo: Letras Italianas, Berlendis & Vertecchia, 2001.
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