Flávio Moreira da Costa :: DITRA - Dicionário de tradutores literários no Brasil :: 
Dicionário de tradutores literários no Brasil


Flávio Moreira da Costa

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Flávio Moreira da Costa nasceu em Porto Alegre, em 1945, e foi criado em Santana do Livramento. Jornalista desde os 15 anos, trabalhou nos principais jornais e revistas brasileiros como repórter, redator, editor, colunista e crítico.

O golpe de estado e a ditadura militar de 1964 impediram-no de concluir seus Cursos de Filosofia e Direito na UFRJ. Participou do movimento do Cinema Novo como diretor, ator, crítico e roteirista. Em 1966, como bolsista do governo francês no âmbito da Coopération Technique, estudou em Paris com Jean Rouch no Musée de L'homme (Cinema Etnográfico), com Lucien Goldman e Roland Barthes (Literatura e Semiologia). Convidado pela Fundação Fullbright em 1973, participou como representante do Brasil no International Writing Program, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos .

Em Portugal, colaborou com o Diário de Lisboa e Colóquio/Letras. Romancista, contista, antologista, crítico de cinema, arte e literatura é um dos escritores brasileiros mais premiados. Em 1983, com Malvadeza Durão, venceu o Concurso Nacional de Contos do Paraná. Por O Equilibrista do Arame Farpado, em 1998, recebeu os prêmios Machado de Assis da Biblioteca Nacional, Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, Melhor Romance da União Brasileira de Escritores, além de ter sido finalista do Prêmio Nestlé. Nem Todo Canário é Belga ganhou novamente, em 1999, o Prêmio Jabuti. 

 Tradutor do inglês, francês e espanhol, aprendeu o francês e inglês na adolescência e com a vivência nos Estados Unidos e na França. Flávio escolhe as obras que traduz, segundo a sua afinidade como escritor.

No início da década de 1970, organizou sua primeira antologia, do conto gaúcho, e desde então publicou muitas outras, como Crime à Brasileira e Viver de Rir I e Crime feito em casa/ contos policiais brasileiros (2005).


    A prioridade nos últimos anos é a sua obra enquanto escritor e a tradução de contos para as suas antologias de conto mundial. Em 2001, selecionou, traduziu e organizou Os 100 Melhores Contos de Humor da Literatura Universal, imediatamente aplaudido por público e crítica. No final de 2002, lançou Os 100 Melhores Contos de Crime e Mistério da Literatura Universal e em 2003, As cem melhores histórias eróticas da literatura universal.

Por indicação da Unesco, Flávio passou uma temporada como escritor-residente na França, em Marnay-sur-Seine, onde terminou de escrever o romance O País dos ponteiros desencontrados. Participou, como contista, de antologias do conto brasileiro publicadas na Alemanha, Polônia e Estados Unidos.

Verbete publicado em 14 de October de 2006 por:
Narceli Piucco
Marie-Hélène Catherine Torres

Excertos de traduções

Fragmento de Mocidade, de Joseph Conrad. Tradução de Flávio Moreira da Costa:

THIS could have occurred nowhere but in England, where men and sea interpenetrate, so to speak - the sea entering into the life of most men, and the men knowing something or everything about the sea, in the way of amusement, of travel, or of bread-winning.

SÓ PODERIA MESMO ter acontecido na Inglaterra, onde homens e mar se confundem, por assim dizer - o mar entrando na vida da maioria dos homens e os homens sabendo alguma coisa ou quase tudo sobre o mar, seja como lazer, como viagem ou como o pão nosso de cada dia.

We were sitting round a mahogany table that reflected the bottle, the claret-glasses, and our faces as we leaned on our elbows. There was a director of companies, an accountant, a lawyer, Marlow, and myself. The director had been a Conway boy, the accountant had served four years at sea, the lawyer a fine crusted Tory, High Churchman, the best of old fellows, the soul of honor - had been chief officer in the P. & O. service in the good old days when mail-boats were square-rigged at least on two masts, and used to come down the China Sea before a fair monsoon with stun'-sails set alow and aloft. We all began life in the merchant service. Between the five of us there was the strong bond of the sea, and also the fellowship of the craft, which no amount of enthusiasm for yachting, cruising, and so on can give, since one is only the amusement of life and the other is life itself.

Estávamos sentados em volta de uma mesa de mogno que refletia a garrafa, os copos de vinho e os nossos rostos, na medida em que nos apoiávamos nos cotovelos. Um diretor de empresa, um guarda-livros, um advogado, Marlow e eu. O diretor fora grumete do Conway, o guarda-livros servira quatro anos no mar e o advogado - um Tory educado mas endurecido, homem da Igreja Alta*, companheiro excelente, a honra em pessoa - fora primeiro oficial da P&O nos velhos tempos em que os navios dos Correios e Telégrafos eram aparelhados pelo menos com dois mastros, e costumavam andar pelo mar da China, sob monção favorável, com as velas de cutelo e as varreduras enfunadas. Nós todos começamos a vida na Marinha Mercante. E entre nós cinco eram fortes os laços marítimos e a camaradagem de tripulação que nenhum entusiasmo de yachting, dos cruzeiros e outras coisas do gênero podem fomentar porque é só prazer de vida, enquanto o outro é a própria vida.

* A Igreja Anglicana, de acordo com o ritual, se divide em "High Church" e "Low Church". Igreja "Alta", mais próxima do ritual católico, e Igreja "Baixa", mais próxima do ritual protestante. (N. do T.)

Conrad, Joseph. Youth. Disponível em: http://emotional-literacy-education.com/ classic-books-online-c/youth10.htm. Acesso em: set 06.

Conrad, Joseph. Mocidade. [Por: Flávio Moreira da Costa]. Porto Alegre: L&PM, 2006. (Youth).

Bibliografia

Traduções Publicadas

Bodelsen, Anders. Straus. [Por: Flávio Moreira da Costa e Gina de Oliveira]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976. (Straus).

Burroughs, William S. Almoço nu. [Por: Flávio Moreira da Costa e Mauro José Costa]. São Paulo: Brasileinse 1986. (The naked lunch).

Chandler, Raymond. O longo adeus. [Por: Flávio Moreira da Costa]. São Paulo: Brasiliense, 1984. Círculo do Livro, 1985 e LPM (s/d) (The long goodbye).

Conrad, Joseph. Mocidade. [Por: Flávio Moreira da Costa]. Porto Alegre: L&PM, 2006. (Youth).

Dali, Salvador. Confissões incofessáveis de Salvador Dali. [Por: Flávio Moreira da Costa e Fani Baratz]. Rio de Janeiro: José Olympio, s.d.

Flaubert, Gustave. Três contos. [Por: Flávio Moreira da Costa e Manuel Freitas Costa]. Rio de Janeiro: F.Alves, 1981 (quatro edições) e Porto Alegre: L&PM, 2005.(Trois contes).

Onetti, Juan Carlos. Junta cadáveres. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966 e Francisco Alves, 1977. (Junta cadáveres).

Obra própria

Costa, Flávio Moreira da. Cinema moderno cinema novo. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1966. Ensaio.

Costa, Flávio Moreira da. O desastronauta, ou Ok, Jack Kerouac, nós estamos te esperando em Copacabana. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1971. Romance. (Reedição. Agir, 2006)

Costa, Flávio Moreira da. A perseguição ou eu vi a máfia de perto. Francisco Alves: Rio de Janeiro, 1973. Romance.

Costa, Flávio Moreira da. As armas e os barões. Rio de Janeiro: Imago, 1975. Romance.

Costa, Flávio Moreira da. Os espectadores. São Paulo: Símbolo, 1976. Contos.

Costa, Flávio Moreira da. Às margens plácidas. São Paulo: Ática, 1978. Romance

Costa, Flávio Moreira da. Os subúrbios da criação. São Paulo: Polis, 1979. Crítica Literária.

Costa, Flávio Moreira da. Malvadeza durão. Rio de Janeiro: Record, 1982. Contos.

Costa, Flávio Moreira da. Franz Kafka: o profeta do espanto. São Paulo: Brasiliense, 1983. Ensaio.

Costa, Flávio Moreira da. Os mortos estão vivos. Rio de Janeiro: Record, 1984. Romance Policial.

Costa, Flávio Moreira da. O almanaque do Dr. Ross. São Paulo: Nacional, 1985. Contos e Poesias. Infanto Juvenil.

Costa, Flávio Moreira da. Vida de artista. Porto Alegre: Sulina, 1985. Entrevistas.

Costa, Flávio Moreira da. Crime, espionagem e poder. Record, 1987.

Costa, Flávio Moreira da. Avenida Atlântica. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1992. Romance Policial.

Costa, Flávio Moreira da. O Equilibrista do arame farpado. Rio de Janeiro: Record, 1997. Romance.

Costa, Flávio Moreira da. Nem todo canário é belga. Rio de Janeiro: Record, 1998. Contos (Prêmio Jabuti).

Costa, Flávio Moreira da. Modelo para morrer: i.e., Jane April no País das Maravilhas. Rio de Janeiro: Record, 1999. Romance Policial.

Costa, Flávio Moreira da. Nelson Cavaquinho: enxugue os olhos e me dê um abraço. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/Rio Arte, 2000. Biografia.

Costa, Flávio Moreira da. Nonadas: o livro das bobagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000. Crônicas.

Costa, Flávio Moreira da. Três casos policiais de Mário Livramento. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. Rio de Janeiro: Agir, 2006.

Costa, Flávio Moreira da. O país dos ponteiros desencontrados. Rio de Janeiro: Agir, 2004.

Costa, Flávio Moreira da. Malvadeza durão e outros contos. Rio de Janeiro: Agir, 2006. Contos

Antologias Organizadas

Costa, Flávio Moreira da. Antologia do conto gaúcho. Rio de Janeiro: Simões, 1970.

Costa, Flávio Moreira da. Onze em campo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1986.

Costa, Flávio Moreira da. A Nova Califórnia e outros contos de Lima Barreto. Rio de Janeiro: Revan, 1993.

Costa, Flávio Moreira da. Plebiscito e outros contos de humor de Arthur de Azevedo. Rio de Janeiro: Revan, 1993.

Costa, Flávio Moreira da. Viver de rir: obras primas do conto de humor. Rio de Janeiro: Record, 1994.

Costa, Flávio Moreira da. Crime à brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.

Costa, Flávio Moreira da. O mais belo país é teu sonho. Rio de Janeiro: Record, 1995.

Costa, Flávio Moreira da. Viver de rir II: um livro cheio de graça. Rio de Janeiro: Record, 1997.

Costa, Flávio Moreira da. Onze em campo e um banco de primeira. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1998.

Costa, Flávio Moreira da. Os cem melhores contos de humor da literatura universal. São Paulo: Ediouro, 2001.

Costa, Flávio Moreira da. Os cem melhores contos de crime & mistério da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

Costa, Flávio Moreira da. As cem melhores histórias eróticas da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

Costa, Flávio Moreira da. 13 dos melhores contos de vampiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

Costa, Flávio Moreira da. 13 dos melhores contos da mitologia da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Costa, Flávio Moreira da. Os Grandes contos populares do mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

Costa, Flávio Moreira da. Os melhores contos de medo, horror e morte. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

Costa, Flávio Moreira da. Crime feito em casa, contos policiais brasileiros. Rio de Janeiro: Record, 2005.

Costa, Flávio Moreira da. Melhores contos fantásticos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

Costa, Flávio Moreira da. Aquarelas do Brasil - contos da nossa música popular. Rio de Janeiro: Agir, 2006.

Costa, Flávio Moreira da. 22 Contistas em Campo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

Costa, Flávio Moreira da. Contos Eróticos que a Revista Nova Adora. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

Livro de Arte

Rio de Janeiro: marcos de uma evolução. Rio de Janeiro: Booklink, 2002. Organização de Paulo Cohen. Fotos de Milan e Carlos Secchin e Texto de Flávio Moreira da Costa.

Inclusão em Antologias

Costa, Flávio Moreira da. Assim escrevem os gaúchos. São Paulo: Alpha Ômega, 1976.

Costa, Flávio Moreira da. Opowiadania Brazylijskie. Cracóvia: Polônia, 1977.

Costa, Flávio Moreira da. Chame o ladrão. São Paulo: Edições populares, 1978.

Costa, Flávio Moreira da. O papel do amor. São Paulo: Simões, 1978.

Costa, Flávio Moreira da. Os vencedores. McGraw-Hill do Brasil: São Paulo, 1978.

Costa, Flávio Moreira da. "Brazilian Stories 1956-1977". In: The Literary Review. v. 27 n. 4. Summer - Madison: New Jersey, USA, 1984.

Costa, Flávio Moreira da. Contos da repressão. Rio de Janeiro: Record, 1987.

Costa, Flávio Moreira da. Zitronengras: Neue Brasilianische Erzähler. Kiepenheuer & Witsch: Alemanha, 1987.

Costa, Flávio Moreira da. Copacabana cidade eterna. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.

Costa, Flávio Moreira da. Corrupção. Organização de Rodrigo Penteado. São Paulo: Ateliê Editorial: 2002.

Costa, Flávio Moreira da. Os Apóstolos: doze revelações. São Paulo: Nova Alexandria, 2002.

Entrevista

Costa, Flávio Moreira da. Vida de artista. Porto Alegre: Sulina, 1985.

Ensaio

Costa, Flávio Moreira da. Crime espionagem e poder. Rio de Janeiro: Record, 1987.

Costa, Flávio Moreira da. Franz Kafka: profeta do espanto. São Paulo: Brasiliense, 1983.

Costa, Flávio Moreira da. Cinema moderno cinema novo. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1966.

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ISBN:   85-88464-07-1

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