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Fábio nasceu em Esmeraldas, Minas Gerais, em 27 de julho de 1931. Doutor em Direito, Economia, Ciências Sociais e Letras, ele é escritor, crítico, membro da Academia Paulista de Letras e Presidente do Conselho da União Brasileira de Escritores. Fundou a revista literária Vocação em 1951, e em 1957, a revista literária Tendência, de vanguarda, que reivindicava o compromisso social do escritor.
Trabalhou como professor universitário em várias universidades: cinco do Brasil, sete dos Estados Unidos e uma de Portugal. É membro da Academia Mineira de Letras, eleito em 1960. Foi presidente da União Brasileira de Escritores de 1982 a 1986 e novamente eleito em 1994. Foi diretor do Instituto Nacional do Livro de 1985 a 1986, membro da Associação Brasileira de Crítica Literária a partir de 1985, e em 1987, membro do júri do prêmio Casa de Las Américas, em Havana, Cuba.
Autor de mais de vinte obras de estudos sociais e crítica literária, Fábio Lucas obteve diversos títulos honoríficos, entre eles, Personagem do ano no setor de Literatura, em 1962, em inquérito realizado entre jornalistas e intelectuais de Belo Horizonte, MG; professor honorário de “The American for Foreign Trade” de Phoenix, Arizona, USA, em 1966; o Prêmio Jabuti de Literatura, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Estudos Literários, com a obra O Caráter Social da Literatura Brasileira. Foi, também, Personalidade cultural do ano de 1981, título concedido pela União Brasileira de Escritores; recebeu o Prêmio Crítica, Os Melhores de 1982 da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela obra Razão e Emoção Literária; em 1983, a Medalha da Inconfidência, pelo Governador do Estado de Minas Gerais, na época Tancredo Neves; e o Prêmio Juca Pato de 1992, como Intelectual do Ano, conferido pela União Brasileira de Escritores (UBE) e pelo jornal Folha de São Paulo.
Verbete publicado em 18 de August de 2005 por:
Narceli Piucco
Marie-Hélène Catherine Torres
Fragmento de Introdução ao Método de Paul Valéry, de André Maurois. Tradução de Fábio Lucas.
La grande erreur du XIX siècle, énivré par les succès pratiques des sciences exactes, a été de confondre les méthodes de ces sciences avec celles de fausses sciences qu'il a baptisées psy chologie et sociologie. «Il y a sciences des choses compliquées. Sciences quand les variables sont énumerables et leur nombre petit, leurs combinaisons nettes et distinctes.» Tandis que dans les sciences de la nature, à la vision naîve des objets était substitué un contrôle objectif, dans les «sciences» históricos politiques nous avons voulu faire coexister des méthodes subjectives avec des conclusions objectives. L'histoires et sa fille, la polique, doivent être abaissés et rassés aussi soigneusement que la philosophie. «On ne peut faire de politique sans se prononcer sur des questions que nul homme sensé ne peut dire qu'il connaisse. Il faut être infinitivement sot ou infinitivement ignorant pour oser avoir un avis sur la plupart des problèmes que la politique pose. «Et ailleurs : La politique fut d'abord l'art d'empêcher les gens de se mêler de ce qui les regarde... A une époque suivante on y joignit l'art de contraindre les gens à décider sur ce qu'ils n'entendent pas.» |
O grande erro do século XIX, embriagado pelos sucessos práticos das ciências exatas, foi o de confundir os métodos dessas ciências com os de falsas ciências que batizou como psicologia e sociologia. Há ciência das coisas simples e arte das coisas complicadas. Ciência quando as variáveis são numeráveis e de número pequeno, de combinações claras e distintas.Enquanto que nas ciências da natureza a visão ingênua dos objetos era substituída por um controle objetivo, nas ciências histórico-políticas quisemos fazer coexistir métodos subjetivos com conclusões objetivas. A história e sua filha, a política, devem ser rebaixadas e desmanteladas tão cuidadosamente quanto a filosofia. Não se pode fazer política sem se pronunciar acerca de questões que nenhum homem sensato não possa dizer que conheça. É preciso ser infinitamente tolo ou infinitamente ignorante para ousar ter uma opinião sobre a maioria dos problemas que a política põe. E em outra parte: A política foi inicialmente a arte de impedir as pessoas de se ocuparem daquilo que as observa... Numa época seguinte juntou-se a isto a arte de obrigar as pessoas a decidir sobre o que elas não entendem. |
Que reste-t-il sur notre table? La science? Elle est un ensemble des recettes et procédès qui réussisent toujours, et, comme telle, utile et respectable, mais «tout le reste est littérature». La science n'apporte pas l'explication du monde comme l'avaient cru assez naïvement les hommes de la génération Zola. Elle ne l'aportera jamais. Nul n'expliquera l'Univers parce que l'Univers n'est qu'une expression mythologique. Comment acquérir le concept de ce qui ne rejette à rien, qui ne ressemble à rien? S'il ressamblait à quelque chose, il ne serait pas tout.» |
Que sobra sobre a nossa mesa? A ciência? Ela é um conjunto de receitas e procedimentos que sempre triunfam e, como tal, úteis e respeitáveis, mas todo o resto é literatura. A ciência não traz a explicação do mundo como o acreditam ingenuamente os homens da geração de Zola. Ela não trará jamais. Ninguém pode explicará o Universo porque o Universo não passa de uma expressão mitológica.Como adquirir o conceito do que não se opõe a nada, que não rejeita nada, que não se parece com coisa alguma? Se ele se parecesse com qualquer coisa, não seria tudo. |
Que reste-t-il encore? Le bon sens? «Le bon sens est la faculté que nous eûmes jadis de nier et de réfuter brillamment l'existence des antipodes... Le bon sens est une intuition toute locale. Les sciences chaque jour l'ahurissent, le bouleversent, le mystifient... Le sens commun n'est plus invoqué que par l'ignorance. La valeur de l'évidence moyenne est tombée à rien... |
Que resta ainda? O bom senso? O bom senso é a faculdade que tivemos outrora de negar e de refutar brilhantemente a existência dos antípodas... O bom senso é uma intuição toda local. As ciências o perturbam cada dia, o transtornam, o mistificam... O senso comum somente é invocado pela ignorância. O valor da evidência média caiu a nada... |
Maurois, André. Introduction à la Méthode de Paul Valéry. Paris: Éditions des Cahiers Libres, 1933. |
Maurois, André. Introdução ao Método de Paul Valéry. [Por: Fábio Lucas]. Campinas: Pontes, 1990. |
Baran, Paul A. Sobre a política econômica nas regiões atrasadas. [Por: Fábio Lucas]. (Two worlds of change - Readings in Economic Development de Otto Feinstein). Rio de Janeiro: Zahar, 1952. p. 142-159.
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Maurois, André. Introdução ao Método de Paul Valéry. [Por: Fábio Lucas]. Campinas: Pontes, 1990. (Introduction à la Méthode de Paul Valéry).
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Lucas, Fábio. Sobre "Um gosto de mulher" de Carlos Méro. São Paulo: Scortecci, 1996.
Tavares, Ildásio. Melhores Contos de Marcos Rey. São Paulo: Global, 1998. Seleção e apresentação de Fábio Lucas.
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