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Eloisa Maria Souza de Araújo Ribeiro nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, a 21 de maio de 1957. É graduada em Artes cinematográficas pela Université de Paris VIII - Vincennes (1984), e mestre em Língua e Literatura Alemã pela Universidade de São Paulo, onde defendeu sua dissertação sobre a obra de Robert Walser (1997).
Passou a infância e adolescência no Brasil, entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro. Foi no Rio que estudou francês, na Aliança Francesa, espanhol, no Consulado da Argentina, e alemão, no Instituto Goethe. Viveu de 1978 a 1986 em Paris, onde fez a graduação e frequentou cursos de cinema, filosofia e literatura na Universidade de Paris VIII - Vincennes. Depois disso, passou alguns meses na Alemanha, com uma bolsa do Instituto Goethe, e na França, com uma bolsa do Centre National du Livre, quando esteve em Paris e em Arles, no Collège International des Traducteurs Littéraires, realizando a tradução de Textes pour rien, de Samuel Beckett.
Começou a traduzir ao retornar da França, em 1986. Sua primeira tradução publicada foi A Imagem-tempo, de Gilles Deleuze (1988), realizada a convite da Editora Brasiliense. De lá para cá, traduziu diversos artigos para jornais e revistas, e cerca de 25 livros.
Em 2009, sua tradução de O despovoador / Mal visto mal dito, de Samuel Beckett, foi indicada ao prêmio Jabuti de melhor tradução do francês. É esta, aliás, na opinião de Eloisa, uma de suas principais traduções, junto com as de Novelas, também de Samuel Beckett e A imagem-tempo, de Gilles Deleuze.
Sua principal atividade profissional é hoje a tradução, embora outro trabalho, que representa “apenas um ganha-pão estável complementar”. Além de livros de literatura, filosofia, cinema e ciências humanas, cujos títulos são em geral escolhidos pelas próprias editoras, Eloisa também traduziu duas peças de teatro, estas especificamente para a cena: Torre de babel, de Arrabal (direção: Gabriel Villela, 1995) e Deus da Carnificina, de Yasmina Rezza (direção: Emílio de Mello, 2010). Ela também efetua regularmente tradução e legendagem para cinema.
Traduz principalmente do francês, a língua que mais domina, embora já tenha traduzido alguns textos e legendas de filmes a partir do alemão e do espanhol.
Não recorre, em seu trabalho, a nenhuma teoria de tradução específica.
Verbete publicado em 5 de February de 2012 por:
Dorothée de Bruchard
Cláudia Borges de Faveri
Modificado em 16 de October de 2013
Excerto de Mal visto mal dito, de Samuel Beckett. Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro.
De sa couche elle voit se lever Vénus. Encore. De sa couche par temps clair elle voit se lever Vénus suivie du soleil. Elle en veut alors au principe de toute vie. Encore. Le soir par temps clair elle jouit de sa revanche. A Vénus. Devant l’autre fenêtre. Assise raide sur sa vieille chaise elle guette la radieuse. Sa vieille chaise en sapin à barreaux et sans bras. Elle émerge des derniers rayons et de plus en plus brillante décline et s’abîme à son tour. Vénus. Encore. Droite et raide elle reste là dans l’ombre croissante. Tout de noir vêtue. |
De seu leito ela vê se levantar Vênus. Mais uma vez. De seu leito com tempo claro ela vê se levantar Vênus seguida pelo sol. Sente raiva então do princípio de toda vida. Mais uma vez. À tarde com céu claro ela desfruta de sua desforra. De Vênus. Diante da outra janela. Sentada rígida em sua velha cadeira ela espreita a radiosa. Sua velha cadeira de carvalho com travessas e sem braços. Ela emerge dos derradeiros raios e cada vez mais brilhante declina e se abisma por sua vez. Vênus. Mais uma vez. Rígida e ereta ela permanece ali na sombra crescente. Toda de preto vestida. |
Beckett, Samuel. Mal vu mal dit. Paris: Les Éditions de Minuit, 1981, p. 7. |
Beckett, Samuel. O Despovoador / Mal visto mal dito [Por: Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Martins Fontes. 2008. (Le dépeupleur / Mal vu mal dit). Contos. |
Albera, François. Eisenstein e o construtivismo russo. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Cosac Naify, 2002. (Einsenstein et le constructivisme russe). Ensaio.
Aumont, Jacques & Marie, Michel. Dicionário Teórico e crítico de cinema. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. Campinas, SP: Papirus, 2003. (Dictionnaire théorique et critique du cinéma). Dicionário.
Aumont, Jacques. O Olho Interminável. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Cosac Naify, 2003. (L’Œil interminable). Ensaio.
Aumont, Jacques. Moderno? Por que o cinema se tornou a mais singular das artes. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. Campinas, SP: Papirus, 2008. (Moderne? Comment le cinéma est devenu le plus singulier des arts). Ensaio.
Bazin, André. Cinema. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Brasiliense, 1990. (Qu’est-ce que le cinéma). Ensaio.
Beckett, Samuel. Novelas. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Martins Fontes, 2006. (Nouvelles). Contos.
Beckett, Samuel. O Despovoador / Mal visto mal dito [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Martins Fontes. 2008. (Le dépeupleur / Mal vu mal dit). Contos.
Deleuze, Gilles. A Imagem-tempo. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Brasiliense, 1988. (L’image-temps). Ensaio.
Deleuze, Gilles & Parnet, Claire. Diálogos. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Escuta, 1997. (Dialogues). Ensaio.
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Gauthier, Guy. O documentário – Um outro cinema. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. Campinas, SP: Papirus, 2011. (Le documentaire, un autre cinéma). Ensaio.
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Parente, André. Narratividade e não-narratividade fílmicas. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. Campinas, SP: Papirus, 1999. (Narrativité et non-narrativité filmiques). Ensaio.
Rosset, Clément. Alegria, a força maior. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000. (La Force majeure). Ensaio.
Sartre, Jean-Paul. O Seqüestrado de Veneza. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Cosac Naify, 2005. Ensaios. Contém Le sequestré de Venise e Venise de ma fenêtre.
Semprun, Jorge. Saudações de Federico Sanches. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Paz e Terra, 1995. (Federico Sanchez vous salue bien). Romance.
Semprun, Jorge. O morto certo. [Por Eloisa Araújo Ribeiro]. São Paulo: Arx, 2003. (Le mort qu’il faut). Narrativa autobiográfica.
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