Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia
Nascido em Jundiaí, São Paulo, em 20 de agosto de 1927. Filho de imigrantes italianos, formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, foi poeta, ensaísta, tradutor, contista, romancista, dramaturgo, advogado, cofundador da Associação Brasileira de Semiótica – ABS e professor.
Lecionou em Teresópolis o curso Raízes da Poesia Moderna e na Escola Superior da Informação da Escola de Desenho Industrial no Rio. Em Brasília organizou a Escola de Publicidade da Faculdade de Comunicação. Foi professor de Teoria Literária no curso de pós-graduação da PUC-SP; e doutorou-se, em 1973, sob orientação de Antônio Cândido.
Publicou seus primeiros poemas na Revista Brasileira de Poesia, em 1949. Criador do poema-código e semiótico, é um dos principais nomes da poesia Concreta, ao lado dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, com quem editou a revista Noigandres, no anos 1950. Também com os irmãos Campos, publicou Teoria da Poesia Concreta (1965), Mallarmé (1975) e Ezra Pound - Antologia Poética (1968), entre outros. Sua obra poética está reunida em Poesia Pois é Poesia (1950), que inclui poemas de crítica política e social, como Beba Coca-Cola, Cr$isto é a solução e Solviete para o verão de Maiakovski, além de poemas semióticos, construídos apenas com signos visuais.
Como teórico da comunicação traduziu Understanding Media de Marshall McLuhan e publicou traduções de Dante Alighieri, Goethe, Shakespeare, entre outros, reunidas em Retrato do Amor quando Jovem (1990) e 231 poemas.
Segundo Boris Schnaiderman, Décio foi, “sobretudo, um descobridor de novos caminhos. Ele chegava com ideias que, de início, pareciam estranhas, mas depois comprovavam que ele estava na vanguarda”. Sua poesia é pouco estudada no meio acadêmico e literário. Faleceu em 02 de dezembro, aos 85 anos, em São Paulo.
Verbete publicado em 9 de March de 2013 por:
Narceli Piucco
Marie-Hélène Catherine Torres
Excerto de Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Tradução de Décio Pignatari.
SCENE V |
(Ato 3, Cena 5) |
Enter ROMEO and JULIET above, at the window |
|
Juliet Wilt thou be gone? it is not yet near day: |
Julieta Você já tem que ir? O dia ainda demora. |
Romeo It was the lark, the herald of the morn, |
Romeu É a cotovia que anuncia o dia, |
Juliet Yon light is not day-light, I know it, I: |
Julieta Aquela luz ainda não é o aviso. |
Romeo
Let me be ta'en, let me be put to death; |
Romeu Que eu seja preso nos seus braços, eu imploro |
Juliet
It is, it is: hie hence, be gone, away! |
Julieta Não é, não é! O dia raia! Saia |
Romeo More light and light; more dark and dark our woes! |
Romeu Mais nus e claros vão ficar os nossos males! |
Shakespeare, William. Romeo and Juliet. Londres: First Folio of 1623. |
Shakespeare, William. Romeu e Julieta. In: Pignatari, Décio. Retrato do amor quando Jovem: Dante, Shakespeare, Sheridan e Goethe. [Por: Décio Pignatari]. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 146-147. |
Antologia. 31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire. [Por: Décio Pignatari]. Poemas traduzidos em nove línguas, com notas e comentários. Companhia das Letras, 1996. (Editora da Unicamp, 2007)
Mallarmé, Stéphane. Mallarmé. Transcriação da obra do poeta francês realizada em parceria de Haroldo e Augusto de Campos. São Paulo: Editora Perspectiva, 1975.
Mcluhan, Herbert Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem [Por: Décio Pignatari]. São Paulo: Editora Cultrix, 1969. (Understanding Media).
Pound, Ezra. Cantares de Ezra Pound. [Por: Décio Pignatari, A. de Campos e H. de Campos]. Rio de Janeiro, Serviço de Documentação-MEC, 1960.
Pound, Ezra. Ezra Pound: Antologia Poética. [Por: Décio Pignatari, A. de Campos e H. de Campos, Mário Faustino e José Lino Grunewald]. Seleção e prefácio de Haroldo de Campos. Lisboa, Ulisséia: 1968.
Retrato do Amor Quando Jovem. Dante, Shakespeare, Sheridan e Goethe. [Por: Décio Pignatari]. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
Tsvietáieva, Marina. Marina. [Por: Décio Pignatari]. Curitiba: Travessa dos Editores, 2005.
Poesia
Pignatari, Décio. Noviciado e Unha e Carne. In: Revista Brasileira de Poesia,1950.
Pignatari, Décio. O Carrossel. São Paulo: Cadernos do clube da poesia, 1950.
Pignatari, Décio. Poesia Pois É Poesia. São Paulo: Ateliê Editorial, 1950. São Paulo: Duas cidades,1977. Ateliê Editorial/Editora Unicamp, 2004.
Pignatari, Décio. Exercício Findo. s.l. Editora Invenção, 1968.
Pignatari, Décio. Vocogramas. Revista Código/Erthos Albino de Souza, 1985.
Conto
Pignatari, Décio. O Rosto da Memória. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.
Crônica
Pignatari, Décio. Podbre Brasil! São Paulo: Editora Pontes, 1988.
Memórias
Pignatari, Décio. Errâncias. São Paulo: Editora SENAC, 1999.
Romance
Pignatari, Décio. Panteros. São Paulo: Editora 34, 1992.
Teatro
Pignatari, Décio. Céu de Lona. Curitiba: Travessa dos Editores, 2003.
Infanto-juvenil
Pignatari, Décio; Bueno, Daniel. Bili com limão verde na mão. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
Ensaio
Pignatari, Décio; Campos, Augusto; Campos, Haroldo. Plano-Piloto para Poesia Concreta. In: Noigandres 4. 1958.
Pignatari, Décio. Nova Linguagem, Nova Poesia. Rio de Janeiro: Correio da Manhã, 1964.
Pignatari, Décio; Campos, Augusto; Campos, Haroldo. Teoria da Poesia Concreta. Edições Invenção, 1965. São Paulo, Edições Invenção, 1965; 2. ed. ampliada, São Paulo: Duas Cidades, 1975; 3. ed. Editora Brasiliense, 1987). (Ateliê Editorial, 2006).
Pignatari, Décio. Informação, Linguagem, Comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1968; Ateliê Editorial, 2002.
Pignatari, Décio. Contracomunicação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1971. (1973, 2004).
Pignatari, Décio. Semiótica & Literatura: icônico e verbal, oriente e ocidente. São Paulo: Ed. Cortez & Moraes, 1974. (1979, 2004).
Pignatari, Décio. Comunicação Poética. São Paulo: Ed. Cortez & Moraes, 1977.
Pignatari, Décio. Por um Pensamento Icônico: semiótica da arte e do ambiente urbano. Tese de Livre Docência.
São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 1979.
Pignatari, Décio; Bernardes, Sergio. Rio Decô. s.n 1980.
Pignatari, Décio. Semiótica da Arte e da Arquitetura. São Paulo: Editora Cultrix, 1981.
Pignatari, Décio. Comunicação e Novas Tecnologias. São Paulo: Ed.Com-Arte, 1984.
Pignatari, Décio; Machine, Vera Cecília. Malacologia e Semiótica. s.n. 1984.
Pignatari, Décio. Signagem da Televisão. São Paulo: Editora Brasiliense,1984.
Pignatari, Décio. O que É Comunicação Poética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
Pignatari, Décio. Design Simbólico. s.n. 1988.
Pignatari, Décio. Tempos da Arte e da Tecnologia. s.n 1993.
Pignatari, Décio; Cajazeira, Haroldo; Rosemberg Filho; Luiz. A Arte de Almandrade. s.n. 1995.
Pignatari, Décio. Da Janela à Não-Janela. s.n. 1995.
Pignatari, Décio. Letras, Artes, Mídia. Editora Globo, 1995.
Pignatari, Décio. Cultura Pós-Nacionalista. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1998.
Outro
Temperamental. CD com Livio Tragtemberg e Wilson Sukorski. São Paulo, Demolições Musicais, 1993.
Pignatari, Décio; Hisgail, Fani. Biografia: sintoma da cultura. Hacker Editores, 1997.
Obra publicada no exterior
Alemão
Pignatari, Décio. Noigandres: Konkrete Texte [Poesia Concreta]. Edição Max Bense e Elisabeth Walther. Prefácio de Helmut Heissenbuettel e posfácio de Haroldo de Campos. Stuttgart, 1962. (Série Rot, n. 7).
Espanhol
Pignatari, Décio. Información, Lenguage, Comunicación [Informação, Linguagem, Comunicação]. Tradução de Basilio Losada Castro. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1977.
Pignatari, Décio. Semiótica del Arte y de la Arquitectura [Semiótica da Arte e da Arquitetura]. Tradução de Basilio Losada Castro. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1983.
Francês
Pignatari, Décio. [Plano-Piloto para Poesia Concreta]. Tradução de Pierre Garnier, na revista francesa Les Lettres - Poésie Nouvelle. 1963
Inglês
Pignatari, Décio. Concrete Poetry of Brazil. The Times Literary Supplement, Londres.
Kitasono Katsue. Versão japonesa do Plano-Piloto para Poesia Concreta na revista VOU, em Tóquio.
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