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Francisco Manhães was born in 1962 in Rio de Janeiro where he lives to this day. He translates using the names Francisco Manhães, Francisco César Manhães Monteiro and Paco Manhães. He graduated in Portuguese/Spanish from UERJ, where, in 1996, he also took his Master’s degree in the same field with a dissertation entitled A tradução como poética da leitura, under the supervision of Jorge Wanderley.
Francisco Manhães has worked as a translator, proof-reader and copywriter since 1991 and has taught at the following universities: Universidade Veiga de Almeida, Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Universidade Castelo Branco, Universidade Estácio de Sá, and Universidade da Cidade.
He began translating in 1990 at UERJ, where a group of professors and students organized by Carlos Lima worked together on translations of Hispanic American poets into Portuguese and of Brazilian poets into Spanish. This group created translations and versions of the work of 170 poets that are yet to be published. In the same period he took part in the Mario Faustino poetry workshop – also organized and lead by Carlos Lima – where he practiced his translation skills under the supervision of Jorge Wanderley. Soon after, together with Carlos Nougué, Darío Henao Restrepo and César Guilmar he took part in the Leviatã study group on grammar, literature and translation. With Carlos Nougué and Ana Lúcia Alvarenga he translated works by Carlos Guillén and Nicolás Mutis, and together with Carlos Nougué and Helena Ferreira he translated a separate book of poetry by Nicolás Mutis. As well as literature he translates academic texts, particularly in the fields of Social Sciences, History and Law.
He has organized events related to literature and translation, such as the series of recital-interviews Voz e Verso, curated and introduced by Carlos Lima, which took place over the period of a year at the Centro Cultural da Justiça Federal theatre in Rio de Janeiro with poets such as Geraldinho Carneiro, Afonso Henriques Neto, Moacyr Félix, Ângela Melim, Manu Melo, Salgado Maranhão and Elisa Lucinda taking part. In partnership with Eric Felinto he organized the I Seminário de Tradução at UERJ. He was on the editorial board for the journal Brasil... otra orilla, edited in Cali, Colômbia, by the Fundación Cultural Colombo-Brasilera and Univalle - Universidad del Valle del Cauca, and for the journal Range Rede, in Rio de Janeir,o for which he was also co-editor of the special edition on Jorge Luis Borges. He also co-edited the special edition in tribute to Che Guevara for the journal Synthesis - Cadernos do Centro de Ciências Sociais at UERJ, an exclusive edition published in Spanish. He regularly collaborates with the journal Revista Rio de Janeiro, from the Laboratório de Políticas Públicas at UERJ, as a translator and proofreader.
He is the creator and editor of the site www.quixote.com.br.
Entry published on September 13 2006 by:
Pablo Cardellino
Walter Carlos Costa
Translated by
Poem "Encontro", by Álvaro Mutis, Translated by Francisco Manhães:
CITA |
ENCONTRO |
Camino de Salamanca. El verano establece sobre Castilla su luz abrasadora. El autobús espera para arreglar una avería en un pueblo cuyo nombre ya he olvidado. Me interno por callejas donde el tórrido silencio deshace el tiempo en un atónito polvo que cruza el aire con mansa parsimonia. El empedrado corredor de una fonda me invita con su sombra a refugiarme en sus arcadas. Entro. La sala está vacía, nadie en el pequeño jardín cuya frescura se esparce desde el tazón de piedra de la fuente hasta la humilde penumbra de los aposentos. Por un estrecho pasillo desemboco en un corral ruinoso que me devuelve al tiempo de las diligencias. entre las piedras del piso sobresale lo que antes fuera el brocal de un pozo. De repente, en medio del silencio, bajo el resplandor intacto del verano, lo veo velar sus armas, meditar abstraído y de sus ojos tristes demorar la mirada en este intruso que, sin medir sus pasos, ha llegado hasta él desde esas Indias de las que tiene una vaga noticia. Por el camino he venido recordando, recreando sus hechos mientras cruzábamos las tierras labrantías. Lo tuve tan presente, tan cercano, que ahora que lo encuentro me parece que se trata de una cita urdida con minuciosa paciencia en tantos años de fervor sin tregua por este Caballero de la Triste Figura, por su lección que ha de durar lo que duren los hombres, por su vigilia poblada de improbables hazañas que son nuestro pan de cada día. No debo interrumpir su doloroso velar en este pozo cegado pos la miseria incuria de los hombres. Me retiro. Recorro una vez más las callejas de este pueblo castellano y a nadie participo del encuentro. En una hora estaremos en Alba de Tormes. ¿Cómo hace España para albergar tanta impaciente savia que sostiene el desolado insistir de nuestra vida, tanta obstinada sangre para amar y morir según enseña el rendido amador de Dulcinea? |
Caminho de Salamanca. O verão instala sobre Castela sua luz abrasadora. O ônibus aguarda o conserto de uma avaria num povoado cujo nome já não recordo. Entranho-me por vielas onde o tórrido silêncio desfaz o tempo em um atônito pó que atravessa o ar com mansa parcimônia. O empedrado corredor de um albergue convida com sua sombra a refugiar-me em suas arcadas. Entro. A sala está vazia, ninguém no pequeno jardim cuja frescura se esparze da grande taça de pedra da fonte até essa humilde penumbra dos aposentos. Por uma passagem estreita, desemboco em um curral ruinoso que me evolve ao tempo das diligências. Por entre as pedras do piso sobressai o que antes fora a boca de um poço. De repente, no meio do silêncio, sob o resplendor intacto do verão, eu o vejo velar as armas, meditar abstraído, e de seus olhos tristes demorar a mirada neste intruso que, sem medir seus passos, chegou a ele vindo dessas Índias de que só tem uma vaga notícia. Pelo caminho vim recordando, recriando seus efeitos, enquanto cruzávamos os lavradios. Tive-o tão presente, tão próximo, que agora que o deparo me parece tratar-se de um encontro urdido com minuciosa paciência em tantos anos de fervor sem trégua por este Cavaleiro da Triste Figura, por sua lição, que há de durar quanto durem os homens, por sua vigília povoada de improváveis façanhas que são nosso pão de cada dia. Não devo interromper seu doloroso velar neste poço vedado pela miserável incúria dos homens. Retiro-me. Percorro mais uma vez as vielas deste povoado castelhano e a ninguém participo o encontro. Em uma hora estaremos em Alba de Tormes. Como faz Espanha para albergar tanta impaciente Seiva que sustenta o desolado insistir de nossa vida, tanto obstinado sangue para amar e morrer como revela o vencido amador de Dulcinéia? |
Mutis, Álvaro. Mortes e viagens de Maqroll El Gaviero. [Por: Francisco Manhães, Carlos Nougué & Analucia Alvarenga]. Rio de Janeiro: Leviatã Publicações; Embajada de Colombia,1993, pp. 62-65. Edição bilíngüe. |
Pinter, Harold. Poema sobre a guerra no Iraque. [Trans: Francisco Manhães]. Rio de Janeiro: Jornal Panorama da Palavra, 2005. Poem.
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D'Almeida. , Neville & Marcos, Plínio. Navaja en la carne. [Trans: Francisco Manhães]. Rio de Janeiro: Produtora Terra Brasilis, 1997. Film script. (Navalha na carne).
Mutis, Álvaro. Mortes e viagens de Maqroll El Gaviero. [Trans: Francisco Manhães, Carlos Nougué & Analucia Alvarenga]. Rio de Janeiro: Leviatã Publicações; Embajada de Colombia,1993. Poetry. Bilingual edition.
Guillén, Nicolás. Lagarto verde. [Trans: Francisco Manhães, Carlos Nougué & Analucia Alvarenga]. Rio de Janeiro: Leviatã Publicações, 1992. Poetry.
Mutis, Álvaro. Sangre a sangre. [Trans: Francisco Manhães, Carlos Nougué & Helena Ferreira]. Rio de Janeiro: Leviatã Publicações; Embajada de España - Consejería de Educación, 1992. Poetry.
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