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Dicionário de tradutores literários no Brasil


Guilherme de Andrade de Almeida

Perfil | Excertos de traduções | Bibliografia

Tradutor, poeta, ensaísta, jornalista, advogado e crítico de cinema, Guilherme de Andrade de Almeida nasceu em 24 de julho de 1890 em Campinas - SP. Formou-se no ano de 1912 pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo. Exerceu atividades tanto no ramo da advocacia quanto na área jornalística. Em 1914 assumiu a função de redator do jornal O Estado de São Paulo. Trabalhou também como cronista social e crítico cinematográfico. Guilherme de Almeida escreveu em colaboração com Oswald de Andrade a peça teatral Mon Couer Balance e Leur Ame, considerada sua estreia literária, em 1916. No ano seguinte publicou seu primeiro livro intitulado Nós. Em 1922 participou e auxiliou a organização da Semana de Arte Moderna ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, entre outros. No ano subsequente, 1923, fundou a revista Klaxon, que visava divulgar ideias modernistas. Publicou em 1924 a obra A frauta que eu perdi. No ápice de sua poesia modernista lançou, no ano de 1925, Meu e Raça. Entrou para a Academia Paulista de Letras em 1928 assumindo a cadeira que pertenceu ao seu pai Estevam de Almeida, dois anos depois foi eleito para Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira número 15. Em virtude de seu alistamento voluntário como soldado raso na Revolução Constitucionalista foi preso em 1932, tendo se exilado por um ano em Portugal. Nesse mesmo ano, sua tradução da obra Eu e você de Paul Géraldy foi lançada.  Retornou em 1933 à cidade de São Paulo. Em 1936 reuniu-se com Koko Ichige cônsul japonês no Brasil e após esse encontro começou a escrever haicais em português. Em sua tradução de Flores das flores do mal (1944), realizada a partir do poema Les Fleur du Mal de Baudelaire, o tradutor comenta através de notas cada um dos vinte e um poemas da obra. Segundo Faleiros (2013) essa seria uma das primeiras publicações em que a tradução é elucidada poema a poema. Fundou em 1945 o Jornal de São Paulo. Um ano depois, publicou sua tradução do livro infantil Uma oração de criança de Rachel Field. No ano de 1949 envolveu-se com a fundação do Teatro Brasileiro de Comédia. No ano subsequente foi nomeado chefe de gabinete do prefeito de São Paulo, Lineu Prestes. A coluna Cinematógrafos de Guilherme de Almeida em O Estado de São Paulo foi a pioneira no Brasil em crítica cinematográfica, a qual foi mantida pelo jornal de 1920 a 1940. Lançou em 1952 sua tradução de A Antígone de Sófocles. Em um concurso organizado em 1959 pelo Jornal Correio da Manhã foi eleito o Príncipe dos Poetas Brasileiros. O tradutor também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela; do Instituto de Coimbra e um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Também elaborou a capa da primeira edição do livro Paulicea Desvairada de Mário de Andrade, era heraldista e criou os brasões de armas das cidades de São Paulo, Petrópolis (RJ), Brasília, entre outras. Guilherme de Almeida conhecia latim e grego. Traduziu os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Sófocles, Jean-Paul Sartre, entre outros. Faleceu em 11 de julho de 1969 em São Paulo, tendo sido sepultado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 1932 no Parque do Ibirapuera. A residência onde o poeta viveu, hoje abriga o museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida e também um Centro de Estudos de Tradução Literária. Para Faleiros (2013) o tradutor Guilherme de Almeida evoca um conceito caro à prática da tradução poética, a saber: o princípio da compensação plausível tão somente no âmbito da nova perspectiva da tradução, entendida como forma. Conforme Faleiros (2012), em razão da extensão de sua obra, Guilherme de Almeida optou por publicar suas traduções separadamente de suas produções poéticas.

Verbete publicado em 19 de November de 2012 por:
Greice Bauer
Ronaldo Lima

Bibliografia

Traduções Publicadas

GÉRALDY, Paul. Eu e você. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932. (Toi et Moi) Poesia.

TAGORE, Rabindranath. O Gitanjali. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932. (Gitanjali) Prosa poética.

ALMEIDA, Guilherme de. Poetas de França. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1936. Poemas.

DURTAIN, Luc. Suíte brasileira. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Revista dos Tribunaes, 1936. (Quatre Continents) Poesia.

TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [Por: Guilherme de Almeida] Rio de Janeiro: José Olympio, 1939. (The Gardener) Prosa poética.

HOFFMANN, Heinrich. João felpudo. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Melhoramentos, 1942. (Der Struwwelpeter) Prosa.

LOUŸS, Pierre. O amor de Bilitis. [Por: Guilherme de Almeida] Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. (Les Chansons de Bilitis) Prosa.

BUSCH, Wilhelm. O camundongo e outras histórias. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: melhoramentos, 1943. (Die Maus) Prosa.

BAUDELAIRE, Charles-Pierre. Flores das flores do mal. [Por: Guilherme de Almeida] Rio de Janeiro: José Olympio, 1944. (Les Fleurs du Mal) Poemas.

ALMEIDA, Guilherme de. Paralelamente a Paul Verlaine. São Paulo: Martins, 1944. Poesia.

BUSCH, Wilhelm. A mosca. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Melhoramentos, 1946. (Die Fliege) Prosa.

FIELD, Rachel. Uma oração de criança. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Melhoramentos, 1946. (Prayer for a child) Prosa.

BUSCH,Wilhelm. A cartola. [Por: Guilherme de Almeida] Belo Horizonte: Itatiaia, 1946. (Der Zylinder) Prosa.

SALET, Pierre. As palavras de Buddha. [Por: Guilherme de Almeida] Rio de Janeiro: José Olympio, 1948. (Les paroules Du Bouddha) Prosa.

SARTRE, Jean-Paul. Entre quatro paredes. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1950. (Huis Clos) Teatro.

ANDERSEN, Hans Christian. João Pestana. [Por: Guilherme de Almeida] 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1951. (Ole-Luk-Oie, the Dream-God) Prosa.

ANCHIETA, José de. Na festa de São Lourenço. [Por: Guilherme de Almeida nas partes em tupi e castelhano] São Paulo: Editora Gráfica Irmãos Andrioli, 1954. Teatro.

TYGEL, Simon. Jornal de um amante. [Por: Guilherme de Almeida] Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961. (Journal d’un Amant) Prosa.

TAGORE, Rabindranath. A fugitiva. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Paulus, 1962. (The fugitive) Prosa poética.

TYGEL, Simon. Festival. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965. Poesia.

SÓFOCLES. A Antígone de Sófocles. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Alarico, 1952. (Ἀντιγόνη) Drama em versos.

BOND, Niles. Arcanum. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Martins, 1965. Poesia.

VALLEJO, Antonio buero. Histórias de uma escada. [Por: Guilherme de Almeida] Petrópolis: Vozes, 1965. (Historia de uma escalera) Teatro.

TYGEL, Simon. Os frutos do tempo. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Cupolo, 1967. (Les fruits du temps) Poesia.

BUSCH, Wilhelm. O macaco e o moleque. [Por: Guilherme de Almeida] São Paulo: Melhoramentos, 1982. (Fipps, der Affe) Prosa.

WILDE, Oscar. A importância de ser prudente. [Por: Guilherme de Almeida] 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. (The Importance of Being Earnest) Teatro.

Obra própria

 

ALMEIDA, Guilherme de. Nós. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1917.

ALMEIDA, Guilherme de. A dança das horas. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1919.

ALMEIDA, Guilherme de. Messidor. São Paulo: O Livro, 1919.

ALMEIDA, Guilherme de. Livro de horas de Soror Dolorosa. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1920.

ALMEIDA, Guilherme de. Era uma vez... São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1922.

ALMEIDA, Guilherme de. A frauta que eu perdi. Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, 1924.

ALMEIDA, Guilherme de. Natalika. Campinas: Unicamp, 1993.

ALMEIDA, Guilherme de. Meu. São Paulo: José Napoli e Comp., 1925.

ALMEIDA, Guilherme de. A flor que foi um homem (Narciso). São Paulo: Ferrari & Losasso, 1925.

ALMEIDA, Guilherme de. Encantamento. São Paulo: Irmãos Marrano, 1925.

ALMEIDA, Guilherme de. Raça. São Paulo: José Napoli e Comp., 1925.

ALMEIDA, Guilherme de. Simplicidade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1929.

ALMEIDA, Guilherme de. Carta à minha noiva. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.

ALMEIDA, Guilherme de. Poemas escolhidos. Rio de Janeiro: Waissman, 1931.

ALMEIDA, Guilherme de. Você. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.

ALMEIDA, Guilherme de. Cartas que eu não mandei. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932.

ALMEIDA, Guilherme de. O meu Portugal. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1933.

ALMEIDA, Guilherme de. Acaso. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1938.

ALMEIDA, Guilherme de. Cartas do meu amor. São Paulo: Livraria Martins, 1941.

ALMEIDA, Guilherme de. O sonho de Marina. São Paulo: Melhoramentos, 1941.

ALMEIDA, Guilherme de. Tempo. São Paulo: Flama, 1944.

ALMEIDA, Guilherme de. Poesia vária. São Paulo: Livraria Martins, 1947.

ALMEIDA, Guilherme de. Histórias talvez. São Paulo: Melhoramentos, 1949.

ALMEIDA, Guilherme de. O anjo de sal. São Paulo: Alarico, 1951.

ALMEIDA, Guilherme de. Toda poesia. São Paulo: Livraria Martins, 1952.

ALMEIDA, Guilherme de. Acalanto de Bartira. São Paulo: Elvino Pocai, 1954.

ALMEIDA, Guilherme de. Camoniana. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1956.

ALMEIDA, Guilherme de. Pequeno Romanceiro. São Paulo: Livraria Martins, 1957.

ALMEIDA, Guilherme de. Rua. São Paulo: Livraria Martins, 1961.

ALMEIDA, Guilherme de. Cosmópolis. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1962.

ALMEIDA, Guilherme de. Rosamor. São Paulo: Livraria Martins, 1965.

ALMEIDA, Guilherme de. Meus versos mais queridos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1967.

ALMEIDA, Guilherme de. Os sonetos de Guilherme de Almeida. São Paulo: Livraria Martins, 1968.

ALMEIDA, Guilherme de; ANDRADE, Oswald de. Mon coeur balance / leur ame. São Paulo: Globo, 1991.

ALMEIDA, Guilherme de. Gente de cinema. São Paulo: Sociedade Impressora paulista, 1929.

ALMEIDA, Guilherme de. Rhythmo, elemento de expressão: These de concurso. São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.

ALMEIDA, Guilherme de. Baile de formatura. São Paulo: Sec. Saúde Pública e Ass. Social/Secção de Propaganda e Educação Sanitária, 1953.

ALMEIDA, Guilherme de. A casa. São Paulo: Typografia do Instituto D. Anna Rosa, 1935.

ALMEIDA, Guilherme de. Do sentimento nacionalista na poesia brasileira. São Paulo: Typ. da Casa Garraux, 1926.

ALMEIDA, Guilherme de. Histórias, talvez... São Paulo: Melhoramentos, 1948.

ALMEIDA, Guilherme de. Gonçalves Dias e o romantismo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1944.

 

Obras póstumas:

 

ALMEIDA, Guilherme de. O Pião. São Paulo: Global, 2003.

ALMEIDA, Guilherme de. Castro Alves: O artista. São Paulo: Pannartz, 1990.

ALMEIDA, Guilherme de. Poemas paulistas de Guilherme de Almeida. São Paulo: [s.n.], 1990

ALMEIDA, Guilherme de. Os melhores poemas de Guilherme de Almeida. 3ªed. São Paulo: Global, 2004.

ALMEIDA, Guilherme de. Haicais completos. São Paulo: Aliança Cultural Brasil - Japão, 1996.

ALMEIDA, Guilherme de. Tênis. São Paulo: Global, 2006.

ALMEIDA, Guilherme de. Margem: poesia. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

CAMPOS, Augusto de; ALMEIDA, Guilherme de. Poética de Os sertões. São Paulo: AnnaBlume / Casa Guilherme de Almeida, 2010.

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